Quando morar sozinho deve ser motivo de preocupação para o idoso?
Quando morar sozinho deve ser motivo de preocupação para o idoso?
A resposta independe de idade, mas tem a ver com autonomia. Quando o idoso não se sente seguro para realizar sozinho tarefas que sempre desempenhou, como cozinhar, cuidar da casa, tomar banho, se automedicar, é sinal de que viver por conta própria não é mais para ele. Da mesma forma, se os eventuais deslizes que cometia agora estão cada vez mais frequentes e perigosos, ou se as pessoas ao redor já notam que ele não é capaz de tomar decisões conscientes.
Mas deixar de morar sozinho não significa necessariamente ter que abandonar o próprio lar para viver com um familiar, um vizinho ou mesmo em uma casa de repouso. O idoso, ou alguém próximo dele, pode contratar um cuidador, um empregado ou um enfermeiro. Sua supervisão, porém, deve ser frequente, pois diferente da redução motora, que é fácil de ser percebida, a da cognição é mais silenciosa. Por isso, mesmo idosos lúcidos, independentes e que fazem acompanhamento médico com frequência não devem ser "esquecidos". Cada um tem sua maneira própria de envelhecer, mas esse processo deve ser acompanhado de perto, porque é cheio de mudanças. Além disso, todo ser humano precisa de atenção.
O geriatra pode ser um grande aliado. "Por ter conhecimento amplo sobre a vida do paciente, sua saúde e episódios que possam lhe ter causado algum tipo de limitação, ele serve de suporte e pode oferecer ajuda para contatar uma rede de apoio", esclarece João Paulo Nogueira Ribeiro, geriatra pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e fundador do Instituto Horas da Vida. Os médicos conseguem mais facilmente contato com assistentes sociais e, com o apoio do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), garantir proteção social a idosos em situação vulnerável. Mas nada impede de vizinhos.